Pensando em salvar a sua reputação de barman (amador ou não) o etílicos.com fez
uma pesquisa minuciosa, afim de destrinchar os segredos do preparo
desse drink 100% “made in Brasil”, para que você leitor possa apreciar
todo o potencial da bebida. Algumas dicas importantes foram listadas e
se seguidas à risca, a probabilidade de você acertar a mão no preparo da
caipirinha é muito grande.
A receita em sua essência
50 mililitros de cachaça, duas colheres de sobremesa de açúcar, um limão espremido e gelo. Os ingredientes são limitados, mas as chances de errar são muitas. Não se sabe corretamente a origem da mistura mas é bem provável que tenha surgido pelos lados do interior de São Paulo (daí o nome “caipirinha”). Da receita original, apenas o gelo e o açúcar permanecem inalterados. Com o tempo, o limão foi sendo substituido por frutas do tipo maracujá, morango, lima. A cachaça deu espaço pra vodka, saquê e até mesmo o rum, mas essas modificações são assunto pra mais tarde.
Escolha bem o seu limão
Afinal de contas, ele corresponde a um terço da receita. O mais usado é o limão Thaiti (de preferência o médio, com bastante sumo). Uma dica para escolher seu limão: procure os de casca lisa pois eles costumam ter mais suco. Os de casca mole são geralmente um indício de que a fruta está passada (não é regra, mas é o que ocorre na maioria das vezes).
Cortando o limão
Muitos se perguntam se devem cortar o limão em gomos ou em rodelas. O segredo é cortar a fruta de uma maneira que seja fácil retirar a parte branca do limão (chamada de columela). é isso que dá o amargor característico, e é defeito presente em nove de cada dez péssimas caipirinhas. Procure cortar a fruta no sentido do ponto onde se prende o caule (diferente de como costumamos cortar laranjas para fazer suco). Depois, corta-se novamente pela metade. Assim, a parte branca fica na extremidade e é mais fácil retirá-la. Alguns bartenders (e eu também) preferem cortar em rodelas bem fininhas, dando dois talos, um de cada lado, para retirar a parte branca.
Dê preferência ao bom e velho copo
Em se tratando da caipirinha tradicional (de limão), prefira preparar o drink diretamente no copo ao invés da coqueteleira. Antigamente, o copo “old fashioned” era o mais usado, contudo, hoje em dia, o copo “princesa” (baixo, em formato de V) é um dos mais recomendados pelos barman’s mundo afora. Dica: coloque as quatro bandas da fruta no fundo do copo com a polpa virada para cima (assim, você evita macerar a casca e liberar o amargor). O próximo passo é colocar o açúcar em cima e amassar o suficiente para a fruta liberar seu sumo. Porém, nunca se esqueça: NÃO SE DEVE MACERAR O LIMÃO EXAGERADAMENTE! macerar demais vai amargar a bebida, mesmo com todos os cuidados anteriores.
Em se tratando de caipirinhas com outras frutas (maracujá, kiwi, morango…) a coqueteleira pode ser utilizada. O resultado costuma ser mais leve e refrescante.
Afinal, posso utilizar xarope de açúcar na minha caipirinha?
Pode. a verdade é que se pode utilizar tanto açúcar quanto xarope de açúcar, vai do gosto do bebedor. Alguns mais conservadores não abrem mão do açúcar, alegando degustar a bebida em todas as suas etapas, do mais amargo ao mais doce, conforme o açúcar vai se misturando ao coquetel. Já aqueles que gostam de coquetéis mais homogêneos preferem o xarope, que não deixa resíduos de açúcar no fundo do copo. Em ambos os casos, convém não exagerar na dose: caipirinhas doces demais são tão intragáveis quanto as amargas.
preparando xarope de açúcar: leve ao fogo em uma panela 2 partes de açúcar para uma de água. Misture até virar uma calda transparente. Coloque em um frasco ou bisnaga e deixe na geladeira (na hora de substituir o açúcar, coloque 4 colheres de chá no preparo na bebida).
Use cachaça de qualidade
Não só a cachaça, mas a vodka, o rum, o saquê. Independente da caipirinha que for ser executada é sempre indispensável uma bebida de qualidade. Quanto melhor a qualidade do destilado, melhor a caipirinha.
Associe a fruta certa à bebida certa
Um dos pontos mais importantes no preparo do seu drink é saber casar a fruta certa com a bebida correspondente. A cachaça, a vodka e o saquê (as três bebidas mais utilizadas na receita de caipirinha) têm características muito diferentes e é normal que uma fruta combine mais que a outra de acordo com a bebida. Sendo assim, algumas combinações são sugeridas:
Alguns bebedores mais “sofisticados” costumam adicionar algumas ervas aromáticas, como o manjericão e alecrim, a sua receita de caipirinha. O mesmo acontece na adição de algumas especiarias como a pimenta. Gosto não se discute, mas se for inventar, invente direito. Prefira misturar hortelã com frutas cítricas ou ácidas e pimenta com as mais doces (maracujá, caju, carambola). Tenha parcimônia com as ervas aromáticas, pois seu drink pode ficar intenso demais e perder a linha.
Caipirinha em jarra é comum, mas não é o ideal
Por fim, evite preparar caipirinha em jarras ou qualquer outro recipiente de grande quantidade. O resultado final nunca será o mesmo. Pode até ser que você dê sorte e acerte na receita mas é bem improvável.
Dica: caso você precise preparar a receita em grande escala para um grande número de pessoas, os bartender’s mais experientes indicam que você prepare o coquetel na coqueteleira, em pequenas quantidades, e depois ir adicionando à jarra. Contudo, o mais correto é enfileirar diversos copos, cortar todas as frutas e fazer várias caipirinhas de uma vez só.
Amigo etílico, entenda que a receita perfeita de caipirinha é uma arte, e você é o artista. Antes pecar por preciosismo na hora de confeccionar seu drink do que pecar por desleixo. Um bom coquetel, preparado com ingredientes de qualidade e de maneira adequada, é uma experiência gratificante para todos, tanto para o sortudo bebedor quanto para o ego e reputação do barman que o preparou.
Bom drink a todos.
A receita em sua essência
50 mililitros de cachaça, duas colheres de sobremesa de açúcar, um limão espremido e gelo. Os ingredientes são limitados, mas as chances de errar são muitas. Não se sabe corretamente a origem da mistura mas é bem provável que tenha surgido pelos lados do interior de São Paulo (daí o nome “caipirinha”). Da receita original, apenas o gelo e o açúcar permanecem inalterados. Com o tempo, o limão foi sendo substituido por frutas do tipo maracujá, morango, lima. A cachaça deu espaço pra vodka, saquê e até mesmo o rum, mas essas modificações são assunto pra mais tarde.
Escolha bem o seu limão
Afinal de contas, ele corresponde a um terço da receita. O mais usado é o limão Thaiti (de preferência o médio, com bastante sumo). Uma dica para escolher seu limão: procure os de casca lisa pois eles costumam ter mais suco. Os de casca mole são geralmente um indício de que a fruta está passada (não é regra, mas é o que ocorre na maioria das vezes).
Cortando o limão
Muitos se perguntam se devem cortar o limão em gomos ou em rodelas. O segredo é cortar a fruta de uma maneira que seja fácil retirar a parte branca do limão (chamada de columela). é isso que dá o amargor característico, e é defeito presente em nove de cada dez péssimas caipirinhas. Procure cortar a fruta no sentido do ponto onde se prende o caule (diferente de como costumamos cortar laranjas para fazer suco). Depois, corta-se novamente pela metade. Assim, a parte branca fica na extremidade e é mais fácil retirá-la. Alguns bartenders (e eu também) preferem cortar em rodelas bem fininhas, dando dois talos, um de cada lado, para retirar a parte branca.
Dê preferência ao bom e velho copo
Em se tratando da caipirinha tradicional (de limão), prefira preparar o drink diretamente no copo ao invés da coqueteleira. Antigamente, o copo “old fashioned” era o mais usado, contudo, hoje em dia, o copo “princesa” (baixo, em formato de V) é um dos mais recomendados pelos barman’s mundo afora. Dica: coloque as quatro bandas da fruta no fundo do copo com a polpa virada para cima (assim, você evita macerar a casca e liberar o amargor). O próximo passo é colocar o açúcar em cima e amassar o suficiente para a fruta liberar seu sumo. Porém, nunca se esqueça: NÃO SE DEVE MACERAR O LIMÃO EXAGERADAMENTE! macerar demais vai amargar a bebida, mesmo com todos os cuidados anteriores.
Em se tratando de caipirinhas com outras frutas (maracujá, kiwi, morango…) a coqueteleira pode ser utilizada. O resultado costuma ser mais leve e refrescante.
Afinal, posso utilizar xarope de açúcar na minha caipirinha?
Pode. a verdade é que se pode utilizar tanto açúcar quanto xarope de açúcar, vai do gosto do bebedor. Alguns mais conservadores não abrem mão do açúcar, alegando degustar a bebida em todas as suas etapas, do mais amargo ao mais doce, conforme o açúcar vai se misturando ao coquetel. Já aqueles que gostam de coquetéis mais homogêneos preferem o xarope, que não deixa resíduos de açúcar no fundo do copo. Em ambos os casos, convém não exagerar na dose: caipirinhas doces demais são tão intragáveis quanto as amargas.
preparando xarope de açúcar: leve ao fogo em uma panela 2 partes de açúcar para uma de água. Misture até virar uma calda transparente. Coloque em um frasco ou bisnaga e deixe na geladeira (na hora de substituir o açúcar, coloque 4 colheres de chá no preparo na bebida).
Use cachaça de qualidade
Não só a cachaça, mas a vodka, o rum, o saquê. Independente da caipirinha que for ser executada é sempre indispensável uma bebida de qualidade. Quanto melhor a qualidade do destilado, melhor a caipirinha.
Associe a fruta certa à bebida certa
Um dos pontos mais importantes no preparo do seu drink é saber casar a fruta certa com a bebida correspondente. A cachaça, a vodka e o saquê (as três bebidas mais utilizadas na receita de caipirinha) têm características muito diferentes e é normal que uma fruta combine mais que a outra de acordo com a bebida. Sendo assim, algumas combinações são sugeridas:
- cachaça: com frutas cítricas, como limão (1 unidade), limão-siciliano (1/2 unidade), lima-da-pérsia (½ unidade) e frutas brasileiras, como jabuticaba (15 unidades).
- saquê: com frutas mais delicadas, como uva verde (8 unidades grandes), morango (7 unidades) e kiwi (1 unidade). NÃO USE FRUTAS CÍTRICAS NEM ÁCIDAS!
- vodka: Aqui vale aquela máxima de que “a vodka combina com tudo”. Realmente, a vodka é mais versátil e combina com uma variedade enorme de frutas, com exceção daquelas muito cremosas, como a banana e o mamão.
Alguns bebedores mais “sofisticados” costumam adicionar algumas ervas aromáticas, como o manjericão e alecrim, a sua receita de caipirinha. O mesmo acontece na adição de algumas especiarias como a pimenta. Gosto não se discute, mas se for inventar, invente direito. Prefira misturar hortelã com frutas cítricas ou ácidas e pimenta com as mais doces (maracujá, caju, carambola). Tenha parcimônia com as ervas aromáticas, pois seu drink pode ficar intenso demais e perder a linha.
Caipirinha em jarra é comum, mas não é o ideal
Por fim, evite preparar caipirinha em jarras ou qualquer outro recipiente de grande quantidade. O resultado final nunca será o mesmo. Pode até ser que você dê sorte e acerte na receita mas é bem improvável.
Dica: caso você precise preparar a receita em grande escala para um grande número de pessoas, os bartender’s mais experientes indicam que você prepare o coquetel na coqueteleira, em pequenas quantidades, e depois ir adicionando à jarra. Contudo, o mais correto é enfileirar diversos copos, cortar todas as frutas e fazer várias caipirinhas de uma vez só.
Amigo etílico, entenda que a receita perfeita de caipirinha é uma arte, e você é o artista. Antes pecar por preciosismo na hora de confeccionar seu drink do que pecar por desleixo. Um bom coquetel, preparado com ingredientes de qualidade e de maneira adequada, é uma experiência gratificante para todos, tanto para o sortudo bebedor quanto para o ego e reputação do barman que o preparou.
Bom drink a todos.